Um camponês deixou cair o machado no rio, e cheio de angústia, pôs-se a chorar.
A Fada das Águas, ouvindo-o chorar, teve pena dele e levou-lhe um machado de ouro, e então perguntou-lhe:
- É este o teu machado?
- Não, não é esse- respondeu o camponês.
A Fada das Águas mostrou-lhe um de prata.
- Não, não é esse- respondeu ainda o camponês.
Então a Fada das Águas trouxe-lhe o que ele tinha perdido no rio.
- É esse – disse o camponês.
Para compensar a honradez com que ele, o camponês, tinha procedido, a Fada das Águas ofereceu-lhe os machados de ouro e de prata.
No regresso, o camponês contou a sua estranha aventura aos camaradas. E um deles teve a ideia de imitá-lo. Foi à beira do rio, deixou cair o machado e pôs-se a chorar. A Fada das Águas apresentou-lhe um machado de ouro e perguntou-lhe:
- É este o teu machado?
O camponês, muito contente, respondeu:
- Sim, sim é o meu.
A Fada das Águas, para castigar a mentira, não lhe deu o de ouro, nem o de aço, que ficou a enferrujar no fundo do rio.