11/05/2009

Conto Judaico

Perguntaram uma vez a Dubner Maggid: “Porque razão têm as parábolas um efeito tão grande nas pessoas?” Ao que o pregador respondeu: “Posso explicar contando uma parábola.”
E foi esta a parábola que contou:
A Verdade saiu às ruas tão nua como no dia em que nasceu. Como resultado, as pessoas não a deixavam entrar em suas casas. Sempre que deparavam com ela, as pessoas voltavam os rostos e fugiam.
Um dia, quando a Verdade andava tristemente a vaguear, surgiu a Parábola. Ora, a Parábola estava vestida de esplendorosas vestes coloridas. E a Parábola, ao ver a Verdade, disse, “Diz-me, vizinha, o que te faz estares tão triste?” A Verdade respondeu amargamente, “Ah, irmã, as coisas estão más. Muito más. Estou velha, muito velha, e ninguém me quer reconhecer. Ninguém quer algo comigo”.
Ao ouvir isto, a parábola disse, “As pessoas não fogem de ti por seres velha. Eu também sou velha. Muito velha. Mas quanto mais velha estou, mais as pessoas gostam de mim. A verdade é que os homens não gostam de encarar a Verdade nua. Vou contar-te um segredo: Toda a gente gosta das coisas um pouco mascaradas e embelezadas. Permite-me que te empreste algumas magníficas vestes minhas, e verás que as pessoas que te põem de lado convidar-te-ão para suas casas e alegrar-se-ão com a tua companhia”.
A Verdade acolheu o conselho da Parábola e vestiu as vestes emprestadas. E desde aquele momento em diante, a Verdade e a Parábola têm andado de mãos dadas e todos as amam. Elas constituem um par feliz.