26/05/2009

Jacinto e o Amor dos Deuses

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O belo Jacinto trazia na sua sensualidade de mortal o poder da sedução que despertou a paixão do deus Apolo e de Zéfiro, deus e senhor dos ventos do oeste. Diante da corte dos dois deuses, Jacinto decidiu-se por Apolo, provocando a ira e o ciúme incontrolável de Zéfiro.
Jacinto tornara-se muito amado por Apolo, que passou a segui-lo onde quer que fosse. Corriam pelos campos sob os olhos invejosos de Zéfiro, desfilando sua paixão e corpos perfeitos. Numa tarde de brisa suave, os dois amantes se divertiam com o jogo de arremesso de disco. Apolo arremessou o disco no céu. Jacinto seguiu com os olhos extasiados o vôo daquele disco. Foi neste momento sublime que Zéfiro interviu, mudando a direção dos ventos, fazendo com que o disco arremessado por Apolo atingisse a fronte de Jacinto. Tão logo atingido, o belo Jacinto deu o seu último suspiro, caindo morto sobre os campos. Da sua fronte o sangue jorrou, manchando a terra.
Apolo correu em socorro do amante, tentou ainda ressuscitá-lo, mas nem os seus poderes imortais trouxeram o jovem à vida. Apolo abraçou-se ao corpo do amado. Sentia o tormento da culpa em seu ser imortal. Jurou ao amante que jamais seria esquecido por ele, que todas às vezes que tocasse a sua lira e murmurasse o seu canto, seria uma forma de homenageá-lo e de lembrá-lo. E do sangue de Jacinto que molhava o solo, o deus fez brotar uma flor que trazia o colorido mais belo que a púrpura tíria. Uma flor muito semelhante ao lírio, porém, roxa. Ela traduzia a saudade e o pesar de Apolo. A flor foi chamada de jacinto e renasce toda primavera para lembrar o destino e a beleza perdida de Jacinto.
A flor descrita em nada se parece com o jacinto moderno, talvez seja uma íris ou amor-perfeito. Mas o jacinto como flor ficou a ser o símbolo da dor e da culpa de Apolo. Ou da inveja e da paixão não correspondida de Zéfiro.

Contos e Lendas da Mitologia Grega