O valoroso príncipe Oliêg se preparava para mais uma campanha, desta vez em represália contra a tribo hostil dos czares, que haviam assaltado suas terras. À testa de intrépida hoste de guerreiros, ele partiu, montado no seu garboso corcel de guerra, companheiro fiel de muitas refregas, do qual nunca se separava.
A caminho do campo de batalha, veio-lhe ao encontro, surgindo da floresta escura, um venerando mago vidente. O sábio eremita passara toda a vida em prece e meditação, e podia ver o passado e prever o futuro. Oliêg aproximou-se do ancião e, do alto da sua nobre montaria, dirigiu-lhe a palavra.
- Dize-me , ó mago, favorito dos deuses, o que me reserva a vida? Qual será o destino que espera por mim, que me aguarda na paz e na guerra? Revela-me toda a verdade, ancião. Não tenhas medo de mim. E em recompensa eu te darei qualquer um dos meus belos corcéis.
O velho mago então retrucou em voz serena e severa:
- Os magos não temem guerreiros nem reis, e dispensam os dons principescos. Sua língua é sábia, livre é o seu falar, que obedece à vontade dos deuses. O futuro se oculta nas sombras , porém o teu fado eu leio em tua fronte.
-Fala, pois, mago! – Oliêg retrucou. E o mago continuou:
- Marca, ó príncipe, o que aqui te direi: nas guerras, serás vitorioso. Tua fama e glória o mundo atroarão. Nem flecha, nem lança ou espada, nem punhal traiçoeiro jamais vararão a tua brilhante armadura. Um guardião invisível te protegerá, por teus longos anos de vida.
O corcel de Oliêg sacudiu impaciente a bela cabeça altiva. E o mago então voltou a falar:
- Lembra, príncipe, as minhas palavras: teu cavalo não teme perigo nem dor, sentindo a vontade do dono , ora para imóvel sob flechas hostis ora galopa veloz, destemido. Teu cavalo, Oliêg, te é fiel e leal. Mas tua morte advirá do teu belo corcel.
Uma sombra passou pelo rosto de Oliêg. Pensativo e taciturno, da sela ele desceu e acariciou a crina esvoaçante do seu brioso alazão.
- Adeus , meu amigo, meu servo fiel, devemos nos separar. Descansa agora, pois meu pé não mais pisará no teu estribo dourado. Adeus, não entristeças, não te esqueças de mim!
E Oliêg ordenou a dois jovens guereiros que levassem embora o vavalo.
- Levai meu corcel, meus jovens amigos. Agasalhai-o com a manta felpuda e soltai-o no meu campo relvado. Banhai-o, alimentai-o com os mais finos grãos, dai-lhe a beber água pura da fonte, para que ele tenha uma vida feliz, em liberdade e fartura.
E os querreiros levaram o alazão, e trouxeram a Oliêg outra montaria.
Passaram os anos. O grande Oliêg banqueteava-se com sua guerreiros, já grisalhos como ele. As canecas espumantes se erguiam em roda, e os velhos companheiros cantavam e bebiam, recordando os dias passados e as batalhas que juntos tinham travado.
De repente, o príncipe se lembrou do fogoso corcel do qual tivera de se separar havia tanto tempo, e falou:
- Dizei-me, amigos, o que foi feito do meu garboso ginete? O meu velho companheiro ainda galopa livre pelo campo? Ainda é ligeiro e fogoso como antes?
E o herói ouviu em resposta que o seu bravo e leal cavalo de batalha havia muito dormia o sono eterno ao pé da colina, junto ao rio. E o poderoso Oliêg deixou pender a cabeça, e lamentou:
- De que valeu a profecia do mago? Mago, és um velho mentiroso e louco! Eu devia ter desprezado o teu vão vaticínio, e o meu alazão me carregaria até o dia de hoje...
E Oliêg quis ver os restos do seu antigo companheiro, e, juntamente com seus guerreiros, foi até o lugar indicado. E lá ele viu, branquejando em meio ao capim balouçante, os nobres ossos do seu corcel.
Taciturno, o príncipe apoiou um pé sobre o alvo crânio do cavalo, e falou tristemente:
- Dorme em paz, meu solitário amigo! O teu velho dono te sobreviveu. Não serás tu que , nas minhas exéquias já não tão distantes, acompanharás para a sepultura este velho guerreiro, e regarás com teu sangue os meus restos mortais no sacrifício final!
– E acrescentou, amargurado:- Então era aqui que se ocultava o meu fim? Ameaçava-me pálida ossada?
Mas enquanto ele falava , pensativo e absorto, da fria caveira esgueirava-se , sinuosa, uma serpente tumular. Qual fita negra, ela se enroscou no pé de Oliêg... e um grito súbito escapou do príncipe ferido de morte...
As canecas espumantes se erguiam em roda no banquete fúnebre em memória do
príncipe Oliêg. Os guerreiros grisalhos bebiam e cantavam, recordando os dias passados e as batalhas que juntos tinham travado.
E assim se cumpriu a profecia do mago!
A caminho do campo de batalha, veio-lhe ao encontro, surgindo da floresta escura, um venerando mago vidente. O sábio eremita passara toda a vida em prece e meditação, e podia ver o passado e prever o futuro. Oliêg aproximou-se do ancião e, do alto da sua nobre montaria, dirigiu-lhe a palavra.
- Dize-me , ó mago, favorito dos deuses, o que me reserva a vida? Qual será o destino que espera por mim, que me aguarda na paz e na guerra? Revela-me toda a verdade, ancião. Não tenhas medo de mim. E em recompensa eu te darei qualquer um dos meus belos corcéis.
O velho mago então retrucou em voz serena e severa:
- Os magos não temem guerreiros nem reis, e dispensam os dons principescos. Sua língua é sábia, livre é o seu falar, que obedece à vontade dos deuses. O futuro se oculta nas sombras , porém o teu fado eu leio em tua fronte.
-Fala, pois, mago! – Oliêg retrucou. E o mago continuou:
- Marca, ó príncipe, o que aqui te direi: nas guerras, serás vitorioso. Tua fama e glória o mundo atroarão. Nem flecha, nem lança ou espada, nem punhal traiçoeiro jamais vararão a tua brilhante armadura. Um guardião invisível te protegerá, por teus longos anos de vida.
O corcel de Oliêg sacudiu impaciente a bela cabeça altiva. E o mago então voltou a falar:
- Lembra, príncipe, as minhas palavras: teu cavalo não teme perigo nem dor, sentindo a vontade do dono , ora para imóvel sob flechas hostis ora galopa veloz, destemido. Teu cavalo, Oliêg, te é fiel e leal. Mas tua morte advirá do teu belo corcel.
Uma sombra passou pelo rosto de Oliêg. Pensativo e taciturno, da sela ele desceu e acariciou a crina esvoaçante do seu brioso alazão.
- Adeus , meu amigo, meu servo fiel, devemos nos separar. Descansa agora, pois meu pé não mais pisará no teu estribo dourado. Adeus, não entristeças, não te esqueças de mim!
E Oliêg ordenou a dois jovens guereiros que levassem embora o vavalo.
- Levai meu corcel, meus jovens amigos. Agasalhai-o com a manta felpuda e soltai-o no meu campo relvado. Banhai-o, alimentai-o com os mais finos grãos, dai-lhe a beber água pura da fonte, para que ele tenha uma vida feliz, em liberdade e fartura.
E os querreiros levaram o alazão, e trouxeram a Oliêg outra montaria.
Passaram os anos. O grande Oliêg banqueteava-se com sua guerreiros, já grisalhos como ele. As canecas espumantes se erguiam em roda, e os velhos companheiros cantavam e bebiam, recordando os dias passados e as batalhas que juntos tinham travado.
De repente, o príncipe se lembrou do fogoso corcel do qual tivera de se separar havia tanto tempo, e falou:
- Dizei-me, amigos, o que foi feito do meu garboso ginete? O meu velho companheiro ainda galopa livre pelo campo? Ainda é ligeiro e fogoso como antes?
E o herói ouviu em resposta que o seu bravo e leal cavalo de batalha havia muito dormia o sono eterno ao pé da colina, junto ao rio. E o poderoso Oliêg deixou pender a cabeça, e lamentou:
- De que valeu a profecia do mago? Mago, és um velho mentiroso e louco! Eu devia ter desprezado o teu vão vaticínio, e o meu alazão me carregaria até o dia de hoje...
E Oliêg quis ver os restos do seu antigo companheiro, e, juntamente com seus guerreiros, foi até o lugar indicado. E lá ele viu, branquejando em meio ao capim balouçante, os nobres ossos do seu corcel.
Taciturno, o príncipe apoiou um pé sobre o alvo crânio do cavalo, e falou tristemente:
- Dorme em paz, meu solitário amigo! O teu velho dono te sobreviveu. Não serás tu que , nas minhas exéquias já não tão distantes, acompanharás para a sepultura este velho guerreiro, e regarás com teu sangue os meus restos mortais no sacrifício final!
– E acrescentou, amargurado:- Então era aqui que se ocultava o meu fim? Ameaçava-me pálida ossada?
Mas enquanto ele falava , pensativo e absorto, da fria caveira esgueirava-se , sinuosa, uma serpente tumular. Qual fita negra, ela se enroscou no pé de Oliêg... e um grito súbito escapou do príncipe ferido de morte...
As canecas espumantes se erguiam em roda no banquete fúnebre em memória do
príncipe Oliêg. Os guerreiros grisalhos bebiam e cantavam, recordando os dias passados e as batalhas que juntos tinham travado.
E assim se cumpriu a profecia do mago!
Conto Russo