Em uma tribo, havia muito tempo, viviam uma mulher e seu marido. O pai da mulher era o chefe, e seu marido era um guerreiro chamado Falcão Azul.
Um dia, Falcão Azul partiu numa expedição de guerra com seu melhor amigo, Falcão Vermelho. Quando estavam a caminho, Falcão Vermelho disse: – Você está deixando sua mulher sozinha. Aposto como ela vai dormir com outro homem hoje à noite.
Falcão Azul balançou a cabeça, e disse: – Minha esposa é fiel a mim e eu confio nela.
Falcão Vermelho, que não era casado, riu e disse: – Aposto como posso voltar e dormir com sua mulher hoje à noite.
Falcão Azul ficou indignado: – Você está enganado.
Falcão Vermelho disse: – Aposto tudo o que eu tenho como consigo dormir com sua esposa hoje à noite.
Relutando Falcão Azul concordou com a aposta, e os dois empenharam seus cavalos, armas e roupas, além de todas as suas posses, nesta aposta.
Falcão Vermelho voltou e rodeou a esposa de Falcão Azul o dia inteiro, sorrindo para ela, mas ela o ignorou. Ele pensou: – Ela é mesmo fiel a Falcão Azul. Desesperado porque ia perder a aposta, foi procurar ajuda de uma mulher mais velha e explicou-lhe a aposta e prometeu pagar lhe generosamente por sua ajuda. Você, disse à velha, só precisa descobrir como é a esposa de Falcâo Azul sem roupas. Se eu ficar sabendo a aparência dela poderei dizer que dormi com ela.A mulher concordou e foi até a tenda da esposa de Falcão Azul. Aproximou-se com cara de cansada e abatida e falou se a moça poderia ajudá-la. A moça ficou com pena da velha e lhe disse para entrar e descansar.
Obrigada, disse a velha. Estou longe de casa e não tenho aonde passar esta noite. A moça logo lhe disse que poderia passar a noite com ela.
Quando veio a noite, ela ofereceu à velha peles macias e cobertas. A velha fingiu que dormia, mas ficou olhando com atenção quando a esposa se despiu para dormir. Ela escovou um tufo de cabelos dourados que crescia em seu abdomen, trançou-os e enrolou em torno da cintura por cinco vezes. A velha viu também que ela tinha uma marca de nascença nas costas.
Na manhã seguinte, a velha agradeceu e depois correu até onde estava Falcão Vermelho para lhe contar o que tinha visto. Este riu deliciado e cavalgou até onde se encontrava Falcão Azul e disse: – Ganhei a aposta! Na noite passada dormi com sua esposa.
Falcão Azul recusou-se a acreditar, mas Falcão Vermelho descreveu a trança de cabelos dourados e a marca de nascença e ele não pode mais duvidar.
Agora, disse Falcão Vermelho, você tem que me dar o que prometeu. O outro não disse nenhuma palavra, deu-lhe tudo o que possuia.
A esposa não entendia o que se passava e perguntou lhe o que estava fazendo. Ele ficou em silêncio, saiu da tenda, e com peles de animais fez um baú onde colocou utensílios, dinheiro e alimentos. Depois disse à mulher que iria fazer uma viagem pelo rio e queria que ela viesse com ele. Ele lhe pediu que vestisse o que tinha de mais belo e depois entrasse no baú. Quando ela fez o que ele pedira, ele amarrou o grande pacote, encaminhou-se para o rio e jogou-o na água.
Depois, voltou sozinho para a aldeia, e quando os vizinhos perguntaram onde estava sua esposa ele recusou-se a responder. Após alguns dias, o chefe ficou preocupado com a filha e perguntou a Falcão Azul onde ela estava. Como este continuasse calado, o chefe ordenou que um buraco fosse cavado até o inferno e jogou Falcão Azul nele.
Enquanto isso, a esposa flutuava rio abaixo dentro do baú. Um homem que estava pescando viu aquele grande embrulho, puxou-o para a margem e o desamarrou, descobrindo assim,a esposa que saiu apavorada. Ela pediu ao homem que trocassem de roupa, e ele concordou, assim ela ficou vestida de homem e então, dirigiu-se a uma aldeia das redondezas.
Uma expedição de guerra estava se preparando para partir, e a moça uniu-se ao grupo. Os jovens guerreiros comentavam entre eles de como o desconhecido tinha rosto de mulher. Um deles resolveu fazer amizade com ela para tirar a dúvida e descobrir mesmo se ela era mulher.
Naquela noite, quando o grupo acampou, ela armou sua tenda longe dos outros. Disse que era Xamã e explicou que era preciso proteger o seu poder para o ataque que viria. Mostrou aos homens a pedra sagrada de águia branca e disse que sua cura vinha do sol. Quando todos se recolheram para dormir, um guerreiro veio até ela e pediu-lhe licença para dormir na sua tenda. Ela recusou, mas ele tanto insistiu que ela deixou e, assim deitaram em lados opostos da tenda.
No meio da noite, o jovem chegou até ela e quis tocá-la, mas ela estava de guarda . O que está fazendo?, ela perguntou e ele desistiu.
Na noite seguinte, outro jovem pediu para dormir na sua tenda e também tentou tocá-la, mas ela estava acordada e frustou a tentativa do rapaz.Na última noite , a expedição aproximou-se do território inimigo, e eles instalaram suas tendas. Ela disse aos homens que permanecessem dentro das tendas, enquanto ela usava seu poder de cura. Ela pegou um pacote de feitiçaria e fez o feitiço, e, instantaneamente, todos os guerreiros inimigos morreram. Ela deu um grito de guerra e acordou a todos que saíram atordoados de suas tendas, pensando que estavam sofrendo um ataque.
Matei o inimigo, ela declarou. Vou sair agora para tomar seus escalpos e armas. Saltou no lombo do seu cavalo, foi até o acampamento do inimigo e voltou com seus troféus. Os homens ficaram estupefactos. Pensaram que ela só podia ser um homem para agir assim matando os inimigos sozinha. O grupo retornou para sua aldeia e os jovens cantaram em homenagem ao valor da guerreira . O chefe da tribo quis oferecer-lhe uma festa, mas ela não aceitou.
- Estou voltando para minha tribo e desejo chegar depressa. O chefe ofereceu escolta, mas ela só pediu um cavalo e ele deu-lhe o melhor que havia. Ela começou a viagem de regresso e, a caminho de casa, ainda disfarçada de homem, encontrou-se com um grupo de sua própria tribo. Quais são as novidades, ela perguntou. Eles lhe contaram a história de Falcão Vermelho com Falcão Azul, e acrescentaram que Falcão Vermelho tinha visto os cabelos dourados no seu ventre e a marca de nascença dela.Disseram que Falcão Azul tinha matado a esposa infiel e que o pai dela, o chefe jogara Falcão Azul num buraco. Ela entendeu tudo.
Ela voltou à aldeia e mostrou todos os escalpos e as armas que conquistara. Então despiu suas roupas de guerra e revelou-se a todos. Contou que Falcão Azul a trancara num baú e jogado rio abaixo, porque pensava que ela havia sido infiel, mas ele foi enganado , ela declarou.
Explicou que Falcão Vermelho e a velha deviam ter sido cúmplices na trama contra ela, então ordenou que Falcão Azul fosse libertado do poço. Ele estava pálido e muito magro, mas quando viu a esposa correu para os seus braços.
Ela dirigiu-se aos membros de sua tribo, e disse: – Agora devemos punir Falcão Vermelho e a velha. Pediu que eles fossem trazidos à sua presença e, para puni-los colocou-os amarrados na carruagem com cavalos selvagens para que fossem arrastados até morrer.
Toda a tribo fez uma festa para celebrar o retorno da valente esposa de Falcão Azul e, daí em diante eles viveram muito felizes.
Um dia, Falcão Azul partiu numa expedição de guerra com seu melhor amigo, Falcão Vermelho. Quando estavam a caminho, Falcão Vermelho disse: – Você está deixando sua mulher sozinha. Aposto como ela vai dormir com outro homem hoje à noite.
Falcão Azul balançou a cabeça, e disse: – Minha esposa é fiel a mim e eu confio nela.
Falcão Vermelho, que não era casado, riu e disse: – Aposto como posso voltar e dormir com sua mulher hoje à noite.
Falcão Azul ficou indignado: – Você está enganado.
Falcão Vermelho disse: – Aposto tudo o que eu tenho como consigo dormir com sua esposa hoje à noite.
Relutando Falcão Azul concordou com a aposta, e os dois empenharam seus cavalos, armas e roupas, além de todas as suas posses, nesta aposta.
Falcão Vermelho voltou e rodeou a esposa de Falcão Azul o dia inteiro, sorrindo para ela, mas ela o ignorou. Ele pensou: – Ela é mesmo fiel a Falcão Azul. Desesperado porque ia perder a aposta, foi procurar ajuda de uma mulher mais velha e explicou-lhe a aposta e prometeu pagar lhe generosamente por sua ajuda. Você, disse à velha, só precisa descobrir como é a esposa de Falcâo Azul sem roupas. Se eu ficar sabendo a aparência dela poderei dizer que dormi com ela.A mulher concordou e foi até a tenda da esposa de Falcão Azul. Aproximou-se com cara de cansada e abatida e falou se a moça poderia ajudá-la. A moça ficou com pena da velha e lhe disse para entrar e descansar.
Obrigada, disse a velha. Estou longe de casa e não tenho aonde passar esta noite. A moça logo lhe disse que poderia passar a noite com ela.
Quando veio a noite, ela ofereceu à velha peles macias e cobertas. A velha fingiu que dormia, mas ficou olhando com atenção quando a esposa se despiu para dormir. Ela escovou um tufo de cabelos dourados que crescia em seu abdomen, trançou-os e enrolou em torno da cintura por cinco vezes. A velha viu também que ela tinha uma marca de nascença nas costas.
Na manhã seguinte, a velha agradeceu e depois correu até onde estava Falcão Vermelho para lhe contar o que tinha visto. Este riu deliciado e cavalgou até onde se encontrava Falcão Azul e disse: – Ganhei a aposta! Na noite passada dormi com sua esposa.
Falcão Azul recusou-se a acreditar, mas Falcão Vermelho descreveu a trança de cabelos dourados e a marca de nascença e ele não pode mais duvidar.
Agora, disse Falcão Vermelho, você tem que me dar o que prometeu. O outro não disse nenhuma palavra, deu-lhe tudo o que possuia.
A esposa não entendia o que se passava e perguntou lhe o que estava fazendo. Ele ficou em silêncio, saiu da tenda, e com peles de animais fez um baú onde colocou utensílios, dinheiro e alimentos. Depois disse à mulher que iria fazer uma viagem pelo rio e queria que ela viesse com ele. Ele lhe pediu que vestisse o que tinha de mais belo e depois entrasse no baú. Quando ela fez o que ele pedira, ele amarrou o grande pacote, encaminhou-se para o rio e jogou-o na água.
Depois, voltou sozinho para a aldeia, e quando os vizinhos perguntaram onde estava sua esposa ele recusou-se a responder. Após alguns dias, o chefe ficou preocupado com a filha e perguntou a Falcão Azul onde ela estava. Como este continuasse calado, o chefe ordenou que um buraco fosse cavado até o inferno e jogou Falcão Azul nele.
Enquanto isso, a esposa flutuava rio abaixo dentro do baú. Um homem que estava pescando viu aquele grande embrulho, puxou-o para a margem e o desamarrou, descobrindo assim,a esposa que saiu apavorada. Ela pediu ao homem que trocassem de roupa, e ele concordou, assim ela ficou vestida de homem e então, dirigiu-se a uma aldeia das redondezas.
Uma expedição de guerra estava se preparando para partir, e a moça uniu-se ao grupo. Os jovens guerreiros comentavam entre eles de como o desconhecido tinha rosto de mulher. Um deles resolveu fazer amizade com ela para tirar a dúvida e descobrir mesmo se ela era mulher.
Naquela noite, quando o grupo acampou, ela armou sua tenda longe dos outros. Disse que era Xamã e explicou que era preciso proteger o seu poder para o ataque que viria. Mostrou aos homens a pedra sagrada de águia branca e disse que sua cura vinha do sol. Quando todos se recolheram para dormir, um guerreiro veio até ela e pediu-lhe licença para dormir na sua tenda. Ela recusou, mas ele tanto insistiu que ela deixou e, assim deitaram em lados opostos da tenda.
No meio da noite, o jovem chegou até ela e quis tocá-la, mas ela estava de guarda . O que está fazendo?, ela perguntou e ele desistiu.
Na noite seguinte, outro jovem pediu para dormir na sua tenda e também tentou tocá-la, mas ela estava acordada e frustou a tentativa do rapaz.Na última noite , a expedição aproximou-se do território inimigo, e eles instalaram suas tendas. Ela disse aos homens que permanecessem dentro das tendas, enquanto ela usava seu poder de cura. Ela pegou um pacote de feitiçaria e fez o feitiço, e, instantaneamente, todos os guerreiros inimigos morreram. Ela deu um grito de guerra e acordou a todos que saíram atordoados de suas tendas, pensando que estavam sofrendo um ataque.
Matei o inimigo, ela declarou. Vou sair agora para tomar seus escalpos e armas. Saltou no lombo do seu cavalo, foi até o acampamento do inimigo e voltou com seus troféus. Os homens ficaram estupefactos. Pensaram que ela só podia ser um homem para agir assim matando os inimigos sozinha. O grupo retornou para sua aldeia e os jovens cantaram em homenagem ao valor da guerreira . O chefe da tribo quis oferecer-lhe uma festa, mas ela não aceitou.
- Estou voltando para minha tribo e desejo chegar depressa. O chefe ofereceu escolta, mas ela só pediu um cavalo e ele deu-lhe o melhor que havia. Ela começou a viagem de regresso e, a caminho de casa, ainda disfarçada de homem, encontrou-se com um grupo de sua própria tribo. Quais são as novidades, ela perguntou. Eles lhe contaram a história de Falcão Vermelho com Falcão Azul, e acrescentaram que Falcão Vermelho tinha visto os cabelos dourados no seu ventre e a marca de nascença dela.Disseram que Falcão Azul tinha matado a esposa infiel e que o pai dela, o chefe jogara Falcão Azul num buraco. Ela entendeu tudo.
Ela voltou à aldeia e mostrou todos os escalpos e as armas que conquistara. Então despiu suas roupas de guerra e revelou-se a todos. Contou que Falcão Azul a trancara num baú e jogado rio abaixo, porque pensava que ela havia sido infiel, mas ele foi enganado , ela declarou.
Explicou que Falcão Vermelho e a velha deviam ter sido cúmplices na trama contra ela, então ordenou que Falcão Azul fosse libertado do poço. Ele estava pálido e muito magro, mas quando viu a esposa correu para os seus braços.
Ela dirigiu-se aos membros de sua tribo, e disse: – Agora devemos punir Falcão Vermelho e a velha. Pediu que eles fossem trazidos à sua presença e, para puni-los colocou-os amarrados na carruagem com cavalos selvagens para que fossem arrastados até morrer.
Toda a tribo fez uma festa para celebrar o retorno da valente esposa de Falcão Azul e, daí em diante eles viveram muito felizes.