Diz a lenda que, em tempos que já lá vão, um rei espanhol, desesperado por não ter filhos, invocou a bênção de uma Nossa Senhora dos Milagres de Celorico da Beira, famosa por ter salvado um pastor e a sua vaca de morrerem afogados. Nossa Senhora dos Milagres abençoou-o e o rei teve um filho. Contudo, o filho tornou-se inválido. Foram consultados sábios e físicos, mas nada resolveram. A rainha decidiu pedir à Virgem um segundo milagre e, juntamente com o rei e o príncipe, partiram em romagem à Virgem. Já perto do local, o pequeno príncipe morreu. Desesperado, o rei culpou a rainha pela iniciativa da viagem e decidiu enterrar o filho ali mesmo. A rainha não o consentiu e, apoiada na sua fé, quis levar o corpo do principezinho até junto da Virgem dos Milagres. Depôs o filho aos pés da imagem e ali ficou a rezar. Descrente, o rei resolveu ir caçar. Quando lhe disseram que um dos caçadores tinha soltado um dos seus açores reais por achar que as aves tinham sido criadas por Deus para voarem e não para estarem presas, condenou-o à morte, ordenando que começassem por lhe cortar a mão que tinha soltado o açor. Estava já o carrasco com o machado levantado quando o açor veio pousar na mão que ia ser cortada. No mesmo instante, chegou a rainha com o seu filho vivo. Tendo testemunhado os milagres, o rei libertou o caçador e todos os açores do reino e mandou construir a igreja de Santa Maria dos Açores.
04/09/2010
O Açor e o Príncipe - Lenda dos Três Milagres
Diz a lenda que, em tempos que já lá vão, um rei espanhol, desesperado por não ter filhos, invocou a bênção de uma Nossa Senhora dos Milagres de Celorico da Beira, famosa por ter salvado um pastor e a sua vaca de morrerem afogados. Nossa Senhora dos Milagres abençoou-o e o rei teve um filho. Contudo, o filho tornou-se inválido. Foram consultados sábios e físicos, mas nada resolveram. A rainha decidiu pedir à Virgem um segundo milagre e, juntamente com o rei e o príncipe, partiram em romagem à Virgem. Já perto do local, o pequeno príncipe morreu. Desesperado, o rei culpou a rainha pela iniciativa da viagem e decidiu enterrar o filho ali mesmo. A rainha não o consentiu e, apoiada na sua fé, quis levar o corpo do principezinho até junto da Virgem dos Milagres. Depôs o filho aos pés da imagem e ali ficou a rezar. Descrente, o rei resolveu ir caçar. Quando lhe disseram que um dos caçadores tinha soltado um dos seus açores reais por achar que as aves tinham sido criadas por Deus para voarem e não para estarem presas, condenou-o à morte, ordenando que começassem por lhe cortar a mão que tinha soltado o açor. Estava já o carrasco com o machado levantado quando o açor veio pousar na mão que ia ser cortada. No mesmo instante, chegou a rainha com o seu filho vivo. Tendo testemunhado os milagres, o rei libertou o caçador e todos os açores do reino e mandou construir a igreja de Santa Maria dos Açores.