Uma galinha, um pato, um cão e um burro iam a fugir por uma estrada fora. Corta-lhes a correria um polícia:
- Alto lá, seus fugitivos. Para irem com essa pressa, alguma maroteira fizeram.
Eles protestaram que não, mas o polícia, desconfiado, quis saber pormenores. Então, a galinha explicou:
- Eu ia a fugir, porque ontem ouvi que iam fazer canja, lá em casa.
Ao que o pato acrescentou:
- E depois da canja, pato com arroz...
O cão explicou:
- O meu dono ia mandar-me para o canil.
- E o meu dizia que eu estava velho e ia mandar-me abater - disse o burro.
- Mas comigo ainda podes - disse o polícia, saltando-lhe para os costados.
Presa a cada mão, trazia o pato e a galinha. Salvara-se o cão, que o polícia não teve maneira de prender.
- Toca a andar para a esquadra - comandou o polícia. - Vai tudo preso.
O burro, habituado a obedecer, obedeceu. Mas o cão, que se safara, é que não se conformou. Deu uma valente mordidela numa das patas do burro, que escoiceou. O polícia caiu ao chão e largou a galinha mais o pato.
Correram os bichos. Mal refeito da queda, o polícia não teve forças para persegui-los.
- Desculpa a dentada - disse o cão ao burro, quando se viram a salvo. - Mas foi por bem.
- Não tem importância - respondeu o burro, a mostrar os grandes dentes, num riso de felicidade. - Há coisas que ardem, mas curam.
- Alto lá, seus fugitivos. Para irem com essa pressa, alguma maroteira fizeram.
Eles protestaram que não, mas o polícia, desconfiado, quis saber pormenores. Então, a galinha explicou:
- Eu ia a fugir, porque ontem ouvi que iam fazer canja, lá em casa.
Ao que o pato acrescentou:
- E depois da canja, pato com arroz...
O cão explicou:
- O meu dono ia mandar-me para o canil.
- E o meu dizia que eu estava velho e ia mandar-me abater - disse o burro.
- Mas comigo ainda podes - disse o polícia, saltando-lhe para os costados.
Presa a cada mão, trazia o pato e a galinha. Salvara-se o cão, que o polícia não teve maneira de prender.
- Toca a andar para a esquadra - comandou o polícia. - Vai tudo preso.
O burro, habituado a obedecer, obedeceu. Mas o cão, que se safara, é que não se conformou. Deu uma valente mordidela numa das patas do burro, que escoiceou. O polícia caiu ao chão e largou a galinha mais o pato.
Correram os bichos. Mal refeito da queda, o polícia não teve forças para persegui-los.
- Desculpa a dentada - disse o cão ao burro, quando se viram a salvo. - Mas foi por bem.
- Não tem importância - respondeu o burro, a mostrar os grandes dentes, num riso de felicidade. - Há coisas que ardem, mas curam.
António Torrado