Naquele tempo, em Mokala, reinava o poderoso Hibban, um dos mais vaidosos monarcas que têm vivido em todos os tempos. Sua preocupação única era imitar os imperadores célebres e os vultos notáveis da História.
Ouvira ele contar que os soberanos mais famosos do mundo pronunciaram sempre, antes de morrer, palavras que se tornaram célebres. E não poderia ele, também glorificar a sua morte pronunciando uma frase notável, digna de figurar nos anais da História, uma frase fulgurante que ficasse perpetuada, através dos séculos, pela Fama e pela Glória?
Mas qual seria? Que deveria ele dizer aos súditos mokalenses no derradeiro momento de sua vida? Um conselho? Uma imprecação? Um pensamento famoso?
Na dúvida - e como não lhe ocorresse uma idéia aproveitável - mandou o rei Hibban chamar o seu talentoso secretário Salin Sady, homem de sua inteira confiança, e contou-lhe, pedindo-lhe absoluto segredo, o grande desejo de sua vaidade doentia.
Depois de meditar algum tempo, o digno secretátio respondeu:
- Conheço um verso de Masuk, o celébre poeta kurdo, que é magistral! Se pronunciar esse verso em dialeto kurdo, fará uma coisa original, nunca vista. Ademais, o verso a que me refiro, exprime um desejo nobre, um pensamento genial, digno de um verdadeiro rei.
- É exatamente um verso emocionante que mais me agrada e que melhor poderá servir ao rei de Mokalla. Mas qual é, afinal, o verso do grande Mazuk? Quero decora-lo.
E o inteligente Salin Sady ensinou ao bom monarca o verso magistral de Mazuk, o maior dos poetas do Afeganistão:
'Naib aq vast y harde nosteby katib.'
Cuja tradução (declarou Sady) seria: 'Esquecei meus erros, pois só errei com a intenção de acertar'.
Guardou o rei Hibban de memória o verso. Um dia sentindo-se muito doente, mandou chamar seus conselheiros, vizires, cadis e todos os grandes dignitários do reino e pronunciou sua última vontade, bem alto, devagar e solene para que todos ouvissem. E tão violenta comoção daquele momento, que o vaidoso rei morreu.
A cena impressionou profundamente a todos os presentes.
- Mas o que tinha dito o Rei Hibban? - perguntavam uns aos outros, pois ninguém conhecia o complicado dialeto kurdo.
Dez escribas registraram palavra por palavra, traduzida depois pelos doutores mais ilustres de Mokala. A tradução caiu como uma bomba no meio da nobreza.
Puderam rodos verificar, com assombro, que o poderoso rei, senhor de Mokala, havia dito, apenas o seguinte: 'Deixo tudo o que tenho para o meu bom secretário!
Ouvira ele contar que os soberanos mais famosos do mundo pronunciaram sempre, antes de morrer, palavras que se tornaram célebres. E não poderia ele, também glorificar a sua morte pronunciando uma frase notável, digna de figurar nos anais da História, uma frase fulgurante que ficasse perpetuada, através dos séculos, pela Fama e pela Glória?
Mas qual seria? Que deveria ele dizer aos súditos mokalenses no derradeiro momento de sua vida? Um conselho? Uma imprecação? Um pensamento famoso?
Na dúvida - e como não lhe ocorresse uma idéia aproveitável - mandou o rei Hibban chamar o seu talentoso secretário Salin Sady, homem de sua inteira confiança, e contou-lhe, pedindo-lhe absoluto segredo, o grande desejo de sua vaidade doentia.
Depois de meditar algum tempo, o digno secretátio respondeu:
- Conheço um verso de Masuk, o celébre poeta kurdo, que é magistral! Se pronunciar esse verso em dialeto kurdo, fará uma coisa original, nunca vista. Ademais, o verso a que me refiro, exprime um desejo nobre, um pensamento genial, digno de um verdadeiro rei.
- É exatamente um verso emocionante que mais me agrada e que melhor poderá servir ao rei de Mokalla. Mas qual é, afinal, o verso do grande Mazuk? Quero decora-lo.
E o inteligente Salin Sady ensinou ao bom monarca o verso magistral de Mazuk, o maior dos poetas do Afeganistão:
'Naib aq vast y harde nosteby katib.'
Cuja tradução (declarou Sady) seria: 'Esquecei meus erros, pois só errei com a intenção de acertar'.
Guardou o rei Hibban de memória o verso. Um dia sentindo-se muito doente, mandou chamar seus conselheiros, vizires, cadis e todos os grandes dignitários do reino e pronunciou sua última vontade, bem alto, devagar e solene para que todos ouvissem. E tão violenta comoção daquele momento, que o vaidoso rei morreu.
A cena impressionou profundamente a todos os presentes.
- Mas o que tinha dito o Rei Hibban? - perguntavam uns aos outros, pois ninguém conhecia o complicado dialeto kurdo.
Dez escribas registraram palavra por palavra, traduzida depois pelos doutores mais ilustres de Mokala. A tradução caiu como uma bomba no meio da nobreza.
Puderam rodos verificar, com assombro, que o poderoso rei, senhor de Mokala, havia dito, apenas o seguinte: 'Deixo tudo o que tenho para o meu bom secretário!