19/11/2010

O espelho, a bota e o cravo



HÁ muitos anos, houve um rei que tinha uma filha muito bonita e graciosa. Quando chegou a ocasião de a moça se casar, apareceram três príncipes, cada qual mais belo e rico. A princesa ficou hesitante entre os três candidatos. Assim, o rei, para resolver a questão, declarou que sua filha só se casaria com aquele que trouxesse um presente que mais lhe causasse admiração.
Os três príncipes aceitaram a sugestão do rei e partiram. Quando chegaram a um lugar em que a estrada se dividia em três caminhos, despediram-se e marcaram o dia em que deveriam reunir-se novamente naquele ponto. Depois, cai la um seguiu por um caminho.
O príncipe mais velho viajou durante vários dias, até que chegou a uma grande cidade. Quando atravessava uma praça, ouviu um menino gritar:
— Quem quer comprar um espelho mágico?
O príncipe aproximou-se e perguntou qual a virtude daquele espelho. O menino respondeu:
— Este espelho tem o poder de refletir tudo o que se passa em qualquer lugar.
O príncipe disse consigo:
— Com este espelho me casarei, na certa, com a princesa.
E adquiriu o espelho mágico.
O segundo príncipe fez também uma longa viagem e foi parar em outra grande cidade. Passeava por uma rua, quando ouviu um homem gritando:
— Quem quer comprar uma bota mágica?
O príncipe aproximou-se e perguntou qual a virtude daquela bota. O homem então respondeu:
— Esta bota tem o poder de levar a pessoa ao lugar que desejar.
O moço disse consigo:
— Com esta bota me casarei, na certa, com a princesa. E a comprou.
O príncipe mais moço viajou durante muitos dias e, por fim, chegou a uma cidade muito grande. Passava por um jardim e ouviu um menino gritando:
— Quem quer comprar um cravo mágico?
O rapaz perguntou qual a virtude daquela flor. E o menino respondeu:
— Este cravo tem o poder de dar a vida a quem estiver morto.
O príncipe disse logo consigo:
— Com este cravo me casarei, na cei ta, com a princesa. E adquiriu a flor mágica.
Quando chegou o dia marcado, os rapazes reuniram i na mesma estrada. O príncipe mais velho abriu o seu espelhi para o mostrar aos outros rapazes. Viram então que a bela princesa estava deitada no leito, morta. Ficaram desesperados. O príncipe mais moço exclamou:
- Se eu pudesse chegar agora ao palácio salvaria a princesa!
O segundo príncipe então disse: — Entrem nesta bota e estaremos lá agora mesmo!
Num instante, chegaram ao palácio. Correram para o quarto da princesa. O príncipe mais moço aproximou sen cravo mágico do nariz da morta. Imediatamente, a princesa ressuscitou.
Surgiu então um problema difícil de ser resolvido. Quen deveria casar-se com a linda princesa?
— Sou eu, dizia o príncipe mais velho. Se não fosse o meu espelho, vocês não saberiam que ela estava morta!
— Sou eu, gritava o segundo príncipe. Sem a minha bota, vocês não chegariam a tempo de salvar a princesa!
— Sou eu, exclamava o príncipe mais moço. Se não fosse o meu cravo, ela não estaria viva!
A discussão prolongou-se por muito tempo. O rei não sabia o que fazer, pois achava que todos os três rapazes tinham razão. Afinal, a princesa que não queria ficar solteirona, decidiu a questão. Casou com o príncipe mais moço porque já estava apaixonada por ele. Os outros príncípes casaram-se com as primas da princesa, também princesas. E assim acabou a história em paz.