Curvo Semedo (trad.)
(1766 - 1838)
Num prado uma rã
Um boi contemplou,
E ser maior que ele
Vaidosa intentou.
A pela enrugada
Inchando alargou,
E às leves irmãs
Assim perguntou:
- Maior que o Boi
Ó Manas, já sou?
- Não és, lhe disseram
E a rã lhes tornou,
- E agora, inda não?
E mais ainda inchou;
Eis logo de todas
Um não escutou.
Inchar-se invejosa
De novo buscou,
Mas dando um estouro
A vida acabou.
Também, se em grandeza
Vencer procurou
O pobre ao potente,
Por força estourou.