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20/10/2008

Lenda de Egas Moniz



Egas Moniz, dito «o Aio» (1080 — 1146) foi um rico -homem portucalense, da linhagem dos Riba Douro uma das cinco grandes famílias do Entre-Douro e Minho do século XII, a quem Henrique de Borgonha, conde de Portucale confiou a educação do filho, Afonso Henriques .
Por esta altura Portucale era dependente de Leão e Castela, então regidos pela rainha D. Urraca. Por morte desta em 1127, sucede-lhe no trono Afonso VII, o qual adopta o título de imperador de toda a Hispânia, procurando a vassalagem dos demais reinos, e também do Condado Portucalense, que há muito lutava pela independência.
Em 1128, Afonso Henriques, então com vinte anos, foi feito chefe dos barões que temiam a influência galega sobre Portucale e, forçado a batalhar contra as forças de sua mãe, Teresa de Leão, vence-as nos campos de São Mamede e assume a liderança política do condado.
Pouco depois, Afonso VII cerca Guimarães, então capital do condado, e exige um juramento de vassalagem a seu primo Afonso Henriques; Egas Moniz dirigiu-se ao imperador, comunicando-lhe que o primo aceitava a submissão.Contudo, depois de deslocar a sua capital para Coimbra (1131), Afonso Henriques sente-se com força para destruir os laços que o ligavam a Afonso VII; faz-lhe guerra e invade a Galiza, travando-se a batalha de Cerneja (1137), da qual saem vitoriosos os portucalenses.
Como Afonso Henriques não cumpriu o acordado por seu aio, Egas Moniz, segundo reza a lenda, ao saber do sucedido, deslocou-se a Toledo, a capital imperial, descalço e com um baraço ( corda ) ao pescoço. Acompanhado da sua esposa e filhos, colocou ao dispor do imperador a sua vida e a dos seus, como penhor pela manutenção do juramento de fidelidade de nove anos antes.
Diz-se que o imperador, comovido com tanta honra, o perdoou e mandou em paz de volta a Portucale.Egas Moniz está sepultado no Mosteiro de Paço de Sousa, do qual foi padroeiro. O seu túmulo representa precisamente este episódio .