Era linda, a rapariga, olhos de moura encantada, que não fugira às hostes do rei conquistador e ali ficara, a enfeitiçar os jovens que por ela se perdiam por amores. E a jovem leviana, cortejada pelos mocetões valentes do lugar, para todos tinha um sorriso e uma esperança. Dois irmãos disputavam os seus favores e a sua predilecção, desconhecendo ambos que o mesmo sentimento os animava. Certa noite que a lua caprichava em cobrir aquela terra com um lençol de luz e cantavam as cigarras nos valados, encontraram-se os dois irmãos sobre a janela da mulher que amavam. Investiram, e só quando o ferro fratricida prostrava um contendor para sempre o outro reconheceu que assassinara o seu próprio irmão a quem muito queria. Ali mesmo se deu à morte, dizendo o povo que num túmulo de uma zona nobre da região se encontram agora sepultados os dois irmãos unidos na morte que o amor lhes dera.