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15/06/2012

O porco que se transformou numa moça


"O meu sogro era um homem que madrugava muito. Teve 24 filhos, era carpinteiro e tratava de muitas terras para poder governar a casa. Ia então ele de madrugada, a passar ao pé da barragem do Peneireiro, onde tratava de uma terra, e, chegando junto ao ribeiro, viu uma manada de recos num lameiro, pequenos e grandes. E, claro, preparou-se logo pra deitar as mãos a um. Como tinha muitos filhos, bem jeito lhe dava agarrá-lo. Só que, ao tempo que o ia agarrar, apareceu-lhe uma gaija em lugar do reco e a dizer:
— Crí’ós![cria-os]
Queria ela dizer, nat’ralmente, que, se quisesse porcos pra comer, que os criasse. E neste entretanto, os outros transformaram-se também numas poucas de moças e desapareceram a dançar. E o pobre homem ficou lá sozinho. E desconsolado. Contou isto a vida toda."


PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais)

08/06/2012

Lenda das Maias

Num país distante andavam uns homens à procura de Jesus para o matarem. Um dia, à noitinha, viram-no entrar numa casa de gente pobre e humilde. Então, para poderem, na manhã seguinte, reconhecer a casa em que Jesus estava e o apanharem, penduraram um ramo de giesta no fecho da porta a fim de não terem dificuldade em conhecer a casa em que Ele dormia.
Mas, na manhã seguinte, como por milagre, todas as portas estavam enfeitadas com ramos de giesta pendurados nos fechos.
Os judeus ficaram desorientados e não puderam descobrir a casa em que Jesus se tinha abrigado e não o puderam prender.
Ainda hoje, em alguns lugares, é costume, no dia um de Maio, enfeitar as portas das casas com giestas em flor, a que se dá também o nome de maias.

Ponta Delgada