Um homem muito praticante foi morar numa casa onde tinha por vizinha uma prostituta. Pouco tempo depois começou a aperceber-se do constante ir e vir dos homens que recorriam aos serviços da mulher. Escandalizado, começou a recriminar cruelmente a sua vizinha.
- "Malvada! Arrepende-te da tua conduta. Para que a cada dia que passa tenhas consciência dos teus actos horríveis, colocarei à tua porta uma pequena pedra por cada pecado que cometas".
Dia após dia, aquele homem devoto foi colocando pequenas pedras à porta da sua vizinha. Vigiava dia e noite aquela mulher e contabilizava exactamente cada homem que ia visitá-la. Dessa maneira, em pouco tempo juntou-se um razoável monte de pedras à frente da sua porta.
A mulher chorava ao ver que o monte de pedras aumentava e o seu coração sofria. A vida tinha-a empurrado para aquela situação e ela era a primeira a lamentar-se.
Uma noite, um terramoto destruiu a aldeia e morreram o devoto e a prostituta.
As almas dos sois foram levadas imediatamente diante dos juízes celestiais. Depois de passarem a vida de ambos e conhecendo os mais profundos segredos dos seus corações, sentenciaram:
"Que a alma da mulher seja levada ao paraíso, e a do homem seja conduzida ao inferno!"
"Um momento!" - interveio o homem devoto. "Deve haver algum engano. Foi ela quem pecou incessantemente até à hora da morte. Ao contrário eu respeitei as regras da moral estabelecida."
Os juízes olharam um para o outro sem darem qualquer crédito ao que estavam a ouvir e disseram:
"Não há nenhum erro. A alma da mulher está pura e o seu coração também. O seu corpo pecou, mas a vida levou-a para um destino que não pôde contrariar. Dia e noite rezava para poder sair dessa situação que muito a fazia sofrer. Tu, ao contrário, tens o coração cheio de ressentimento, culpa e juízo contra ela. Em vez de sentires generosidade e compaixão por ela, contribuiste para aumentar a sua humilhação e vergonha. Assim, que se cumpra a sentença!".
- "Malvada! Arrepende-te da tua conduta. Para que a cada dia que passa tenhas consciência dos teus actos horríveis, colocarei à tua porta uma pequena pedra por cada pecado que cometas".
Dia após dia, aquele homem devoto foi colocando pequenas pedras à porta da sua vizinha. Vigiava dia e noite aquela mulher e contabilizava exactamente cada homem que ia visitá-la. Dessa maneira, em pouco tempo juntou-se um razoável monte de pedras à frente da sua porta.
A mulher chorava ao ver que o monte de pedras aumentava e o seu coração sofria. A vida tinha-a empurrado para aquela situação e ela era a primeira a lamentar-se.
Uma noite, um terramoto destruiu a aldeia e morreram o devoto e a prostituta.
As almas dos sois foram levadas imediatamente diante dos juízes celestiais. Depois de passarem a vida de ambos e conhecendo os mais profundos segredos dos seus corações, sentenciaram:
"Que a alma da mulher seja levada ao paraíso, e a do homem seja conduzida ao inferno!"
"Um momento!" - interveio o homem devoto. "Deve haver algum engano. Foi ela quem pecou incessantemente até à hora da morte. Ao contrário eu respeitei as regras da moral estabelecida."
Os juízes olharam um para o outro sem darem qualquer crédito ao que estavam a ouvir e disseram:
"Não há nenhum erro. A alma da mulher está pura e o seu coração também. O seu corpo pecou, mas a vida levou-a para um destino que não pôde contrariar. Dia e noite rezava para poder sair dessa situação que muito a fazia sofrer. Tu, ao contrário, tens o coração cheio de ressentimento, culpa e juízo contra ela. Em vez de sentires generosidade e compaixão por ela, contribuiste para aumentar a sua humilhação e vergonha. Assim, que se cumpra a sentença!".