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23/08/2010

O relógio do senhor Túlio



Ao senhor Túlio sempre lhe fizera espécie como é que os relógios trabalhavam incansavelmente e nunca paravam.
- Dá-se-lhes corda e eles andam - explicavam ao senhor Túlio, que tinha um relógio dos antigos, muito anterior aos relógios a pilhas.
Mas o senhor Túlio não acreditava. Devia haver outro mistério.
Um dia, o relógio dele parou, por mais corda que lhe desse. Quando o senhor Túlio foi levá-lo a arranjar à oficina de relojoaria, ficou maravilhado a olhar para o maquinismo do seu querido relógio, que o relojoeiro destapara.
- Tantas rodinhas. Nunca pensei - admirou-se ele.
Mas mais espantado ficou quando o relojoeiro, com um pinça, tirou uma formiga já morta, que tinha encrencado o mecanismo.
- Pronto. O desarranjo estava aqui - explicou o relojoeiro, voltando a fechar a tampa do relógio.
O senhor Túlio estranhou:
- E não põe lá uma formiga nova?
- Para quê?
- Para fazer as vezes da que morreu. Como é que o relógio pode trabalhar sem maquinista?
E se o senhor Túlio tivesse razão e fosse mesmo à conta das formigas que os relógios conseguem trabalhar? É uma ideia como outra qualquer e bastante divertida. Até dava outra história.