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08/09/2010

O Lidador ou a Lenda da Porta da Traição




O cerco do exército português à fortaleza de Óbidos, dominada pelos mouros, durava já há cerca de dois meses. Um dia, D. Afonso Henriques e Gonçalo Mendes da Maia, o Lidador, decidiram que o ataque seria realizado na madrugada do dia seguinte. Dormia já o Lidador, quando foi acordado por uma voz de mulher que lhe pedia para ser conduzida à tenda do rei de Portugal, pois tinha algo de importante a comunicar-lhe. A jovem vivia no castelo dos mouros mas não sabia se era moura porque nunca tinha conhecido os seus pais. Junto do rei, a jovem revelou o seu sonho que se repetia há três noites. No sonho, aparecia-lhe um homem novo e de olhar doce que a incumbia de transmitir uma mensagem para o rei de Portugal: o rei deveria reunir os soldados e liderá-los num ataque surpresa na parte fronteiriça do castelo, enquanto que o Lidador se deveria dirigir com dez homens às traseiras onde a jovem donzela abriria uma porta para os deixar passar. O homem de olhar doce prometia Óbidos aos cristãos e a salvação à jovem donzela. Apesar da hesitação do Lidador, D. Afonso Henriques decidiu cumprir o que a jovem lhe contou. Na manhã seguinte, Óbidos foi conquistada conforme o sonho da misteriosa jovem que nunca mais foi vista. A porta que franqueou a entrada dos cristãos ficou para sempre conhecida como a Porta da Traição.